Estudo com apoio da APEPI comprova benefícios do CBG contra dor aguda 

Estudo CBG para dor APEPI

Os benefícios dos canabinoides já são parte do saber ancestral de diversas culturas. Contudo, nas últimas décadas, estudos científicos vêm comprovando os benefícios da cannabis para a saúde. Inicialmente, a ciência se dedicou a entender os efeitos do canabidiol (CBD) e do tetrahidrocanabinol (THC). Enquanto o CBD foi o primeiro fitocanabinoide reconhecido por suas propriedades terapêuticas, o THC ainda sofre com o preconceito. Outro importante canabinoide para a saúde é o canabigerol (CBG). O CBG possui propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias, neuroprotetoras e antioxidantes. Além disso, o CBG possui forte efeito no controle da dor. 

Em busca de entender melhor os mecanismos de ação deste canabinoide, um grupo formado por pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Centro de Ciências e Tecnologias Agrárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) investigou a ação do CBG como analgésico. O estudo contou com o apoio da APEPI, que cultiva na Fazenda Sofia Langenbach um quimiotipo de cannabis adaptado para produzir altas concentrações de canabigerol. A partir desta cepa é produzido o óleo de cannabis CBG, assim como o MIX,  que combina o efeito sinérgico do canabigerol com o canabidiol. 

Os resultados do estudo foram extremamente positivos, comprovando os efeitos do CBG. A análise resultou no artigo “O canabigerol reduz a hipernocicepção aguda e crônica em animais expostos à hipóxia-isquemia pré-natal” (em livre tradução), publicado na revista científica Scientia Pharmaceutica, uma revista científica de acesso aberto, revisada por pares, que publica artigos de todos os campos das ciências farmacêuticas e áreas relacionadas.  

Conheça os principais detalhes desta pesquisa que uniu o saber da universidade com a luta das associações de cannabis: 

CBG para o controle da dor 

A questão principal da pesquisa foi analisar a hipersensibilidade à dor e sua interação com o CBG. Nesse sentido, o estudo realizou testes com padrão científico em modelo animal. Assim, os cientistas realizaram testes para diferentes tipos de dor. Um cenário para dor aguda, com um centro de origem definido e outro para dor crônica neuropática. 

Definido os cenários, os pesquisadores passaram para o tratamento com um extrato de cannabis rico em CBG, administrado por via oral. A aferição dos resultados analisou se o canabigerol poderia causar o efeito colateral de sedação, sem levar ao pretendido efeito de analgesia. Além disso, a nível molecular a equipe realizou experimentos com tecidos da medula espinhal para verificar se houve mudanças em moléculas conhecidas por estarem envolvidas na dor e na inflamação. Em ambos os casos, os resultados são positivos. 

Em conclusão, o estudo trouxe importantes resultados. O CBG alivia a dor aguda e crônica, reduzindo a sensibilidade à dor em todos os modelos testados. Sobretudo, o CBG reduziu a dor aguda inflamatória e a dor crônica do tipo neuropática, quando há lesão de nervo. Além disso, o CBG aliviou a dor sem prejudicar a atividade motora, efeito comum em medicamentos para dor.


Resultados reforçam a importância das associações 

Este estudo, de pesquisadores brasileiros, fornece fortes evidências de que o CBG é uma alternativa para o tratamento da dor, tanto aguda quanto crônica. Seus resultados ajudam a ampliar as fronteiras do conhecimento científico global. Para que isso fosse possível, foi crucial a integração das universidades com a APEPI. A equipe da Associação foi responsável por aclimatar o quimiotipo do canabigerol ao solo e clima típico do Brasil. As associações de pacientes de cannabis como a APEPI são instituições comprometidas com a difusão do conhecimento e a realização de pesquisas que ajudem a levar saúde e bem-estar a milhares de pessoas. 

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