A preservação ambiental é um dos grandes desafios dos nossos tempos. Atualmente, novas técnicas de plantio que respeitem o meio ambiente são cruciais para um futuro sustentável. Do mesmo modo, um compromisso do modelo associativo de cannabis é com a natureza. Por isso, para produzir os produtos à base de cannabis que garantam a saúde dos associados e do planeta, a APEPI adora o modelo de cultivo agroecológico. Esta é uma estratégia fundamental para manter um ecossistema harmônico, garantindo, sobretudo, o melhor desenvolvimento para a cannabis.
Os mais de 16 mil associados já sabem que a APEPI adota o cultivo agroecológico. Contudo, muitos ainda não conhecem como este processo é feito. Convidamos você para conhecer mais sobre o modelo agroecológico, sua importância para o meio ambiente e como a cannabis pode ser uma aliada do planeta no enfrentamento das mudanças climáticas. Confira:
O que é agroecologia?
Mais do que um simples plantio com insumos orgânicos, a agroecologia envolve fatores múltiplos. Antes de mais nada, a agroecologia é um conjunto de práticas de produção, manejo e gestão de sistemas agrícolas. Assim como a ecologia, a agroecologia se preocupa com os fluxos de energia, as interações entre espécies e a ciclagem de materiais. Além disso, também aborda as mudanças nas práticas de produção agrícola e as pressões sobre os sistemas agrícolas causadas por fatores externos à agricultura.
O cultivo agroecológico olha para o manejo do ambiente sem esquecer os impactos ambientais da própria agricultura. Dessa forma, em vez de focar apenas no aumento de insumos externos, como fertilizantes sintéticos e pesticidas, a agroecologia privilegia a utilização de insumos ecológicos. Do mesmo modo, também privilegia a diversidade e harmonia de espécies vegetais, ciclos de nutrientes locais, sucessão ecológica, entre outros conceitos naturais.
Como é o cultivo agroecológico da APEPI?
Um dos pilares do cultivo agroecológico da APEPI é o equilíbrio com o ambiente e com o mínimo possível de insumos externos. Outros princípios da agroecologia aplicados na Fazenda Sofia Langenbach são a diversificação, parte do fechamento de ciclos de nutrientes e o reaproveitamento de resíduos. Dentro da área de cultivo, além da cannabis, há canteiros consorciados com hortaliças e plantas companheiras.
A combinação de diferentes espécies não é uma mera escolha ao acaso. Estas espécies ajudam a atrair insetos benéficos, que ajudam a proteger as plantas de pragas, uma maneira eficaz de controle biológico. Um ecossistema forte é um passo fundamental para impedir o progresso de espécies invasoras.
Além do controle biológico, a equipe da APEPI utiliza adubos verdes com bioinsumos produzidos na fazenda. O uso de insumos orgânicos é uma parte crucial para a recuperação de minerais fundamentais. Um destes minerais fundamentais é o cálcio. Dessa forma, cascas de ovos utilizados para a alimentação são processadas naturalmente para dar ao WCA (cálcio solúvel em água, do inglês, water soluble calcium).
Também como resíduos da alimentação, cascas de banana ajudam a dar origem ao Fertilizante Liquído Jadam (JLF). Esta técnica de fertilização que permite melhorar as propriedades do solo e o crescimento das plantas, oferecendo uma solução orgânica e sustentável. Do mesmo modo, resíduos de peixes da região viram base para biofertilizantes ricos em nitrogênio. No geral, o emprego desses biofertilizantes permite incrementar a qualidade do solo e acelerar os ciclos naturais dos minerais da terra, sem o uso de agrotóxicos ou insumos que prejudiquem a sustentabilidade.
Respeitando os princípios básicos da bioquímica e da ecologia, nada é desperdiçado. Até mesmo os resíduos orgânicos da cannabis são fonte de insumos sustentáveis. Por isso, grande parte do material vegetal que não é aproveitado, como raízes, caules, folhas e as flores da cannabis depois de processadas, passam por compostagem e voltam para o solo em forma de adubo orgânico. Quase nada se perde, tudo se transforma e com um objetivo claro: levar saúde e qualidade de vida para cada associado.
Quais são as vantagens do cultivo agroecológico?
O cultivo agroecológico permite maior riqueza de espécies locais, como plantas, insetos, aves e os microrganismos do solo. De fato, por interferir o mínimo possível no equilíbrio entre as espécies, os sistemas agroecológicos não comprometem a capacidade local de sustentar a biodiversidade.Do mesmo modo, a base orgânica do cultivo agroecológico ajuda a promover a melhora da saúde do solo e da comunidade microbiana local, ao promover maiores teores de matéria orgânica e atividade biológica.
Dessa forma, incrementa naturalmente os ciclos de nutrientes e resiliência do sistema. Além disso, o controle biológico de pragas, polinização e regulação hídrica ajudam na redução do uso de pesticidas, evitando os riscos químicos de contaminação de água e solo ou a consequente perda de espécies sensíveis a pesticidas. O cultivo agroecológico usa a natureza local como forma de proteção contra espécies invasoras.
No mais, o cultivo agroecológico valoriza não só técnicas, como também os conhecimentos locais. A valorização do saber local é crucial para entender o valor de cada espécie nativa, além de enaltecer a harmonia do ecossistema local. Por isso, o cultivo agroecológico promove uma produção sustentável para o meio ambiente local e para o planeta.
A cannabis pode ajudar o clima?
Estudos recentes apontam que a cannabis é uma das culturas com maior potencial para sequestro de carbono do ambiente. A maconha possui duas vezes mais capacidade de retirar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera do que outros vegetais de mesmo porte. Dessa forma, o cultivo de cânhamo industrial pode ser uma maneira de criar insumos sustentáveis para a indústria. O cânhamo é um insumo que permite a produção de diversos materiais, como tecidos, papeis, tijolos de cânhamo e até o whey protein de maconha.
Além disso, a maconha ajuda a recuperar o solo. Isto porque a planta possui sistema radicular profundo, o que fortalece o terreno e permite o manejo de outras culturas. A cannabis não necessita de pesticidas para crescer e florescer, o que favorece o manejo orgânico de outras espécies.





