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Além de Claudete Costa, mais dois pesquisadores ligados a APEPI integram o time que analisou os impactos das associações canábicas na acessibilidade ao tratamento e na mudança de políticas regulatórias.
A edição mais recente do Journal of Pharmaceutical Research & Reports traz entre os artigos publicados uma importante análise do cenário da Cannabis medicinal no Brasil. No artigo, intitulado, em livre tradução, “O Impacto das Associações na Acessibilidade da Cannabis Medicinal no Brasil – Analisando as Raízes Fasciculadas da Política e do Acesso aos Produtos”, os pesquisadores fazem uma mini revisão sobre o tema, além de elencar as potencialidades de mercado após a devida regulamentação.
O periódico da publicação é de livre acesso e revisado por cientistas editores da Scientific Research and Community (SRC), que conecta pesquisadores do mundo inteiro. Em primeiro momento, os autores analisam de modo amplo o impacto das associações na facilitação do acesso à Cannabis medicinal. Neste ponto, o texto demonstra a importância do cooperativismo e da economia solidária, em especial diante das restrições e incertezas regulatórias.
Neste sentido, as associações, segundo os autores, oferecem o papel fundamental de viabilizar o tratamento farmacêutico a custos bem menos elevados do que os produtos importados. De modo geral, as associações sofrem com as restrições legais e o proibicionismo. Um obstáculo adicional é a falta de um controle rigoroso para a qualidade dos produtos, o que garantiria maior segurança e eficácia aos tratamentos. Esta omissão obriga as associações a buscarem a comprovação do padrão de qualidade por conta própria. No caso da APEPI, os óleos são certificados por laudos periódicos emitidos por análises da Unicamp e Dall PhytoLab.
O texto passa ainda pela importância das ações de Advocacy das associações para a criação de um marco legal que seja efetivo para a realidade brasileiro, além de colocar o assunto na esfera da agenda pública. Por fim, debate a integração do plantio de Cannabis com estratégias de cultivo sustentável e preservação da biodiversidade, nos quais a planta pode ser uma importante aliada.
O estudo é mais uma importante contribuição sobre a maconha medicinal e a realidade brasileira. Ajuda a lançar luz sobre a importância de uma política regulatória ampla para o cultivo e distribuição dos derivados da Cannabis, mas, principalmente ilustra a importância das associações na divulgação, viabilização e democratização do uso de maconha medicinal no Brasil.