10 anos de lutas: A união que gera mudanças 

Em setembro de 2020, valendo-se de um habeas corpus autorizando o plantio de Cannabis, a APEPI iniciou as atividades na Fazenda Sofia Langenbach. Desde então, milhares de associados foram beneficiados com os óleos produzidos pela associação. O início das atividades na fazenda representou o marco do fim de uma longa batalha legal. E a continuação de uma que dura até hoje, para democratizar o acesso a maconha medicinal. 

A APEPI nasce da desobediência civil e da luta por tratamento eficaz. A primeira grande luta legal foi na união coletiva pela regulamentação de medicamentos à base de CBD (canabidiol) pela Anvisa. O resultado foi a RDC nº 17, que autorizou a importação de produtos com este canabinoide. 

Mas ainda não era suficiente. Plantar maconha e produzir óleos em larga escala no Brasil é a opção mais viável para garantir o tratamento a preço justo. Desta forma, para garantir o direito à saúde e tratamento digno, novamente a APEPI precisou estar na linha de frente desta batalha. Buscar o Congresso Nacional e o poder judiciário para garantir legalmente o cultivo. 

Foi assim que Margarete Brito e Marcos Langenbach, diretores e fundadores da APEPI, conseguiram em 2016 a primeira decisão judicial favorável ao cultivo pessoal no Brasil. A autorização era pessoal, para atender o tratamento de sua filha Sofia. A partir de então, a vitória individual serviu de ânimo para o coletivo. E o resultado foi a autorização judicial, em julho de 2019. 

No entanto, após três meses a liminar foi derrubada por um recurso da Anvisa. Novamente foi a vez de voltar à desobediência civil, sem abandonar a batalha por direitos. E assim a Associação obteve em fevereiro de 2022 a decisão favorável da 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Graças a esta longa jornada, hoje podemos levar mais saúde há cerca de 8 mil associados. 

Nesta primeira década de história, a APEPI se fez presente em todos os espaços importantes de discussão sobre a maconha. Somente neste ano, a Associação se fez presente em audiências públicas e nos principais eventos sobre Cannabis, sejam promovidos pelo poder legislativo, judiciário ou da sociedade civil.  

Andamos de braços dados com a Marcha da Maconha, pois a luta para eliminar o preconceito é uma só. Ao lado de outras associações, construímos uma rede lutas em conjunto para garantir avanços. Tudo isso é o resultado da união de nossos associados, que permitem a construção destes 10 anos de história e dos próximos. 

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