A canabivarina (CBV) é um canabinoide sem efeito psicoativo. Sendo assim, não apresenta os mesmos efeitos do tetrahidrocanabinol (THC) Ela também é conhecida como canabivarol ou canabivarin. Embora seja menos conhecido, o CBV é estruturalmente semelhante a outro canabinoide mais conhecido, o canabinol (CBN). Ele surge em plantas mais maduras e aparece em baixas concentrações nos principais quimiotipos da Cannabis.
Há ainda poucos estudos sobre as aplicações terapêuticas da canabivarina. No entanto, menos estudado do que componentes como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), ele pode apresentar importantes propriedades. Venha conhecer um pouco sobre o CBV e nos ajude a difundir o conhecimento sobre a maconha medicinal. Confira:
Qual é a origem da canabivarina?
O CBV é um dos canabinoides que surgem já com a planta madura. Dessa forma, ele se origina com a oxidação de outro componente. Neste caso, exposto à luz, ao calor e ao ar, o THCV (tetrahidrocanabivarina) é convertido em CBV. O THCV possui estruturas moleculares semelhantes ao THC, embora apresente efeitos bem diferentes. Por derivar de outro canabinoide, o CBV não costuma estar presente em grandes concentrações na Cannabis.
Quais são as aplicações terapêuticas da canabivarina?
Do ponto de vista da ciência, pouco se sabe a respeito do CBV. Embora este canabinoide seja conhecido desde a década de 1970, ainda faltam estudos a respeito de seus efeitos junto ao sistema endocanabinoide. No entanto, por apresentar semelhanças estruturais, ele pode apresentar efeitos semelhantes a outros componentes da maconha. A título de exemplo, o CBN, o fitocanabinoide mais parecido com o CBV, possui efeitos anti-inflamatório e neuroprotetor. Sendo assim, são necessários estudos para identificar os potenciais da canabivarina para a saúde.
CBV e efeito sinérgico
A canabivarina é uma dos canabinoides que está presente naturalmente na maconha. Sendo assim, ela faz parte das substâncias presentes nos óleos full spectrum. Estes óleos preservam não apenas os componentes da planta, como os canabinoides, flavonoides e terpenos. Dessa forma, estes óleos permitem maior eficiência aos tratamentos à base de Cannabis.
Isto ocorre porque existe o efeito sinérgico entre os canabinoides. Este fenômeno é a interação positiva entre as diferentes substâncias da maconha, no qual os efeitos delas são potencializados. Portanto, o CBV pode ajudar a melhorar a saúde através do efeito comitativo.
A importância da ciência para vencer o preconceito contra a maconha
A utilização da maconha na medicina é uma ferramenta que já beneficia uma incontável quantidade de pacientes. Atualmente a ciência já comprovou diversas possibilidades para o uso da planta. No entanto, muito há para ser descoberto ou confirmado pelos estudos. O caso da canabivarina destaca a importância das pesquisas com canabinoides, que pode revelar novas aplicações terapêuticas para levar saúde e bem-estar às pessoas.
Contudo, as pesquisas com Cannabis ainda esbarram no preconceito contra a maconha. No Brasil, ainda há um longo caminho para a regulamentação do plantio para fins medicinais e acadêmicos. Investir em pesquisas sobre Cannabis é um dos compromissos da APEPI.
Atuamos ao lado de importantes instituições de pesquisa e universidades, como Fiocruz e CIATox-Unicamp para buscar avanços na maconha medicinal e desenvolver opções de tratamento com preços acessíveis e justo, que possam garantir o direito à saúde.