Há pouco mais de quatro anos, a APEPI obteve a primeira autorização para cultivar maconha para fins medicinais no Brasil. Desde então, para levar saúde a mais de 10 mil associados, é necessário não só investir em maquinários de última geração e em produção de qualidade, mas também em cuidado com o meio ambiente. A responsabilidade socioambiental é um dos compromissos da APEPI. Além do plantio agroecológico de Cannabis, a Fazenda Sofia Langenbach é pautada pelo compromisso com a recuperação da biodiversidade local. E uma dessas atividades é o reflorestamento da área, com espécies nativas da mata atlântica.
Os frutos do reflorestamento em Paty do Alferes
Desde o início das atividades na fazenda, a APEPI já plantou mais de 2.300 árvores nativas. E as primeiras mudas cultivadas em 2021 já se tornaram frondosas árvores. É o caso de um dos guapuruvus, plantado em setembro daquele ano, e que hoje exibe seu longilíneo tronco. O crescimento das áreas de reflorestamento demonstra o sucesso da recuperação da biodiversidade local.
Outros exemplos de espécies plantadas são o angico, jacarandá e pau-ferro. Essas espécies endêmicas ajudam a recuperar e recompor o solo, além de trazer maior harmonia ao ecossistema. Assim, a iniciativa não apenas promove a recuperação ambiental, mas também ajuda no processo de produção mais sustentável.
Isso ocorre porque a vegetação do entorno ajuda a manter saudável o solo para o plantio da Cannabis. Ajudam também a harmonizar o clima e melhoram a relação do ambiente com as aves locais. A vegetação nativa forma também uma barreira biológica que impede o avanço de espécies invasoras.
O reflorestamento da área da Fazenda é uma parte das ações de sustentabilidade da APEPI. Toda a produção da Cannabis segue os modelos da agroecologia, com produção orgânica. Todo o material orgânico da produção da maconha é reutilizado como adubo, refazendo o ciclo da natureza. Além disso, a Fazenda também conta com estação de energia solar, tratamento de esgoto e horta orgânica para consumo interno. São ações sustentáveis que garantem não apenas a saúde dos associados, como também a do planeta.
Cannabis pode ajudar o clima do planeta?
O principal desafio dos tempos atuais é reduzir os impactos ambientais das atividades humanas. Os últimos anos têm registrado o aumento alarmante das temperaturas globais. E os impactos sobre a biodiversidade ameaçam a sobrevivência de diversas espécies, inclusive a humana. Neste sentido, a plantação de maconha pode ajudar a recuperação ambiental.
Um dos primeiros impactos positivos é a respeito da retirada de carbono da atmosfera. Esse gás é considerado um dos principais responsáveis pelo efeito-estufa. De acordo com o Hudson Carbon (EUA), a planta é uma das culturas com maior potencial para sequestro de carbono. Ao analisar o potencial do cânhamo, espécie de Cannabis com baixo teor de THC (tetrahidrocanabinol), a entidade concluiu que a ele possui duas vezes mais capacidade de retirar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera do que outros vegetais de mesmo porte.
De acordo com a Hudson Carbon, um acre de cânhamo pode potencialmente remover até 11 toneladas de CO2 da atmosfera. Além de melhorar a qualidade do ar e ajudar o controle da temperatura, a maconha ajuda a recuperar o solo. Isto porque a planta possui sistema radicular profundo, o que fortalece o terreno e permite o manejo de outras culturas. Além disso, a Cannabis não necessita de pesticidas para crescer e florescer, o que favorece o manejo orgânico de outras espécies.
Além de dar origem a remédios à base de CBD (canabidiol), o cânhamo também serve para diversos fins. O cânhamo industrial pode dar origem a tecidos, materiais de construção, entre outros. Seu uso oferece menor impacto ambiental do que os insumos tradicionais, como o algodão na indústria têxtil e o cimento ou outros materiais na construção civil. A produção à base de cânhamo pode até atingir emissão zero de carbono.