Neste Dia do Atleta, comemorado em 21 de dezembro, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre os possíveis benefícios da medicina endocanabinoide no esporte. Durante muito tempo a associação entre a maconha e o esporte era vista como algo negativo ou prejudicial. Parte disso surgiu como resultado da guerra às drogas, que não apenas criou uma caça a usuários, como também foi o catalisador da disseminação de estigmas e preconceitos.
No entanto, os avanços das pesquisas sobre o uso medicinal da Cannabis estão fazendo o jogo mudar. Diversas são as possibilidades para o uso dos canabinoides, que vão desde os ergogênicos a benefícios colaterais. Essas novas possibilidades têm obrigado federações a rediscutirem regras e limites sobre o uso dessa substância.
Benefícios da Cannabis no esporte
Um dos principais usos da maconha para atletas é como analgésico e anti-inflamatório. Alguns canabinoides, como o canabidiol (CBD), o canabigerol (CBG) ou o tetrahidrocanabinol (THC), são utilizados para inibir dores ou melhorar a recuperação de lesões. Estudos apontam que estas substâncias podem acelerar a recuperação do corpo sem maiores prejuízos à performance.
O meio de uso dos canabinoides costuma ser o oral, com os óleos. Entretanto, outras soluções podem ser interessantes, como o uso de cremes tópicos que agem diretamente no local da dor. Outro uso relatado é a respeito do uso da Cannabis na melhora da qualidade do sono ou no controle da ansiedade.
Melhora do apetite
Uma das possíveis aplicações dos canabinoides está em questões relativas à fome e ingestão de alimentos. Praticantes de diversas modalidades esportivas, como o fisiculturismo, necessitam seguir uma rigorosa ingestão de alimentos. Os relatos de diversos atletas apontam que o THC ou o CBG ajudam a melhorar o apetite e manter a rotina de refeições.
Em outra direção, um fitocanabinoide menos conhecido pode ajudar a reduzir a fome. O THCV (tetrahidrocanabivarina) vem sendo cada vez mais utilizado por sua capacidade de ajudar a redução do apetite e diminuir a intolerância à glicose. Assim, ele pode oferecer não só alternativas para tratamentos de obesidade e diabetes, como também ajudar a atletas que precisam controlar a ingestão calórica.
Maconha é doping?
Os avanços da Cannabis medicinal estão fazendo com que federações de diversas modalidades repensem as regras sobre a substância. A Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) coloca o THC na lista de substâncias proibidas em competições, quando excede a concentração urinária limite de 150 ng/mL(nanograma por milímetro). O uso do CBD é permitido apenas em extrato puro, que não apresenta todos os benefícios do óleo full spectrum.
Ao contrário da WADA, no ano passado a Liga Americana de Basquete (NBA) autorizou o uso da maconha por seus atletas. A mudança foi resultado da demanda de diversos atleta. Um deles foi o astro Kevin Durant, um dos maiores pontuadores da história da liga. Vale destacar que o uso da Cannabis é legal em 23 estados, três territórios dos EUA, e na capital Washington.
Recentemente a NFL (Liga Nacional de Futebol Americano, em livre tradução) mudou suas regras em relação ao THC. A substância continua proibida. Contudo o limite estabelecido passou de 150 ng/mL para 350 ng/mL. Além disso, a multa aplicada ao atleta que testar positivo foi reduzida.
Desde 2022, a NFL vem fomentando pesquisa sobre a aplicação do CBD em casos de concussão cerebral. Devido aos constantes choques, este esporte apresenta maiores riscos de lesões no sistema nervoso central. Outros estudos já sugerem os benefícios do CBD para estes casos.
E você, sabia de todos os benefícios da maconha para os atletas? Se quiser saber mais sobre o universo da Cannabis, acompanhe o podcast “Não É Sobre Maconha”, realizado pela APEPI.