Aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, estudo pioneiro investigará os efeitos da Cannabis no Alzheimer, mas a falta de regulamentação ainda impede acesso seguro ao tratamento.
A Plataforma Brasil aprovou um estudo inovador que analisará os efeitos terapêuticos do óleo de Cannabis em pacientes com Alzheimer. A pesquisa, conduzida pelo professor José Eduardo Martinelli na Faculdade de Medicina de Jundiaí, conta com o apoio da APEPI – Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal.
Apesar do reconhecimento científico e da aprovação da CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, a Anvisa e o Ministério da Saúde mantêm uma postura contraditória. Enquanto autorizam a pesquisa clínica, seguem sem regulamentar os óleos produzidos por associações de pacientes, deixando milhares de pessoas sem acesso legal e acessível ao tratamento.
“É inaceitável que o Estado reconheça o potencial terapêutico da Cannabis ao ponto de aprovar estudos rigorosos sobre sua eficácia, mas, ao mesmo tempo, não viabilize a regulamentação que garantiria o acesso dos pacientes a esses produtos de forma segura e legal”, afirma Margarete Brito, diretora e fundadora da APEPI.
A falta de regulamentação obriga médicos a prescreverem produtos importados, significativamente mais caros e menos fiscalizados. Enquanto isso, grandes empresas farmacêuticas já têm seus produtos aprovados e disponíveis no Brasil, criando um cenário de desigualdade no acesso à Cannabis medicinal.
A APEPI reforça seu compromisso com a pesquisa científica e a luta pelo direito dos pacientes, exigindo do governo coerência e urgência na regulamentação dos produtos das associações.
Sobre a APEPI
A APEPI é uma organização sem fins lucrativos que há anos luta pelo direito dos pacientes ao acesso seguro e ético à Cannabis medicinal. Atualmente, atende cerca de 11 mil pacientes, muitos gratuitamente, e possui uma unidade de cultivo com mais de 7 mil plantas de Cannabis no interior do RJ, totalizando aproximadamente 100 funcionários.